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Crianças refugiadas no Brasil publicam seus primeiros livros contando suas histórias e sonhos

Crianças refugiadas no Brasil publicam seus primeiros livros contando suas histórias e sonhos
"A paz começa com um sorriso no rosto. Quero meu país, a Síria, feliz, sem guerras", deseja Shahad, 11, vinda da Síria, apaixonada por cozinhar, fazer ginástica e ouvir música. "Meu nome é Bader Munir Bader. Tenho 5 anos. Gosto do sol. Dos pássaros. E das cores bonitas", escreve Bader, 5, nascido na Arábia Saudita, que adora futebol, pular e sua cor preferida é verde-claro. "O pato está fazendo o ninho dele na água", imagina André, 6, angolano, que quer ser jogador de futebol ou médico.

Além de crianças e filhos de refugiados no Brasil, Shadad, Bader e André acabam de ganhar algo comum a mais. Eles e outros 19 jovens, de 5 a 13 anos, puseram seus sonhos na ponta do lápis e a partir de agora compartilham suas histórias, desenhos e emoções na primeira coleção de livros infantis escritos por crianças refugiadas lançada no País.

O projeto é resultado da parceria da AlphaGraphics, especialista em soluções personalizadas de impressão digital sob demanda, com o Adus – Instituto de Reintegração do Refugiado – e a Estante Mágica, que atua com projetos editoriais pedagógicos voltados a crianças.

"As crianças refugiadas têm poucas oportunidades de educação. São mais de 3,5 milhões fora da escola no mundo, sendo que a Educação deveria ser considerada uma parte essencial das operações humanitárias com refugiados", diz Rodrigo Abreu, conselheiro do Adus e CEO da AlphaGraphics Brasil. "Por meio da ação conjunta entre Adus, Estante Mágica e AlphaGraphics, pedimos para que as crianças nos contassem os seus sonhos e o resultado foi incrível, mostrando que o que falta para elas é uma simples oportunidade", completa.

Os sonhos das jovens estrelas literárias vão longe - de princesas a astronautas. No fértil imaginário infantil, bosques, arco-íris, helicópteros, Chapeuzinho Vermelho e a paz são alguns dos personagens e referências que dão vida às histórias e ilustrações de seus primeiros livros, que a partir de agora ficarão eternizados para sempre. Acima de tudo, os pequenos sobreviventes compartilham suas histórias de resiliência e esperança.

"Desde 2010, temos como missão no Adus atuar em parceria com refugiados e pessoas em situação análoga ao refúgio para sua reintegração à sociedade. Buscamos a valorização e inserção socioeconômica, cultural para que se reconheçam e exerçam a cidadania novamente", explica Marcelo Haydu, diretor executivo da instituição.

Dois educadores da Estante Mágica prepararam o ambiente, conversaram com os pequenos autores, ouvindo as histórias e trajetórias de cada um. Imersos num mundo da imaginação e criatividade, cada uma das crianças se permitiu pensar nos seus maiores sonhos e então colocaram no papel todas as suas fantasias e expectativas.

"Desde 2009, a Estante Mágica se dedica a espalhar encantamento e transformar o mundo pela educação. Mesmo diante de todas as dificuldades que enfrentaram, os pequenos autores que participaram da Oficina Adus conservaram o brilho nos olhos próprio das crianças e não perderam a capacidade de sonhar. Por meio da metodologia que desenvolvemos, conseguimos ajudá-los a dar vazão a estes sonhos", conta Pedro Concy, cofundador da startup, com sede no Rio de Janeiro. As vendas serão revertidas às famílias das crianças e a projetos do Adus que apoiam refugiados no Brasil.

Crianças refugiadas

Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), mais de 9.550 refugiados de 82 nacionalidades vivem no Brasil, principalmente da Síria, Angola, Colômbia, República Democrática do Congo e Palestina.

Do total acumulado de refugiados entre 2010 e 2015 (4.456), 599 eram crianças entre 0 e 12 anos, compondo 13,2% da população refugiada no país, de acordo com levantamentos do CONARE.

Para a legislação brasileira, a criança refugiada é aquela que foi obrigada a deixar seu país devido a um temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, opiniões políticas de seus familiares, conflitos armados, violência e violação generalizada de direitos humanos.

No mundo todo, 91% das crianças estão matriculadas na escola primária, enquanto que entre as crianças refugiadas esse índice é de apenas 61%, segundo dados da UNESCO e da ONU. Uma criança refugiada tem cinco vezes menos chance de estudar, segundo a ONU. "As pessoas não têm coração para fazer o bem para outras pessoas", conta a síria Hebra, fã de história, geografia, artes e educação física.

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